sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Por que você fala assim? Porque sim!!

Mayra Lopes
É engraçado pensar no modo de falar das pessoas, né? Eu estava a pensar, com meus botões, no modo como as pessoas falam depois que recebi um e-mail e de conversar com alguns amigos sobre as gírias baianas. Essa questão é tão confusa e complexa que se você pensar e raciocinar esse assunto dá até pra realizar um seminário ou um trabalho de conclusão de curso.
 
Como é possível notar, cada estado tem um jeitinho de falar, um sotaque ou algo parecido. Por exemplo, o paulista puxa o “R”,”poRta”, já o gaúcho fala o famoso “bah guria” e o baiano, “e aíí vey, colé de mermo?” É fato que o baiano tem um diferencial, e é isso que eu vou provar.
 
Bahia, em Salvador pra ser mais exata, tudo é abreviado, “você” vira “cê”, o “embora” virou “bora” e agora já é “bo” e até “porra”, o palavrão ou desabafo, como alguns chamam, é usado em tudo que é jeito. Por exemplo, quando a gente se esquece de algo fala “e rapaz esqueci a porra”, quando queremos comparar algo ou alguém falamos “fulano é feio como a porra” e até mesmo como advérbio de lugar nós usamos “poxa é longe como a porra” ou “é lá na casa da porra”.
 
O mais engraçado de tudo isso particularmente é que todo mundo entende essas gírias malucas e responde da mesma forma. Até mesmo os turistas que passam por aqui por pouco tempo acabam assimilando e voltando para os seus países falando algumas dessas palavras que nós usamos tantas vezes.
 
Os jovens, que utilizam as gírias com mais frequência, nem se importam quando “outros” retrucam, e, por isso, quando se deparam com a necessidade de escrever ou ler formalmente, acabam sentindo dificuldades. Já os adultos, coitados, que nem sonhavam em falar dessa forma, estão por se acostumar com a ideia e começam a aderir ao jeitinho diferente de falar.
 
Assim, após esse breve momento de reflexão, tirei a conclusão de que, apesar de tudo, todo mundo tem um jeito e modo de falar diferente, e eu acho que é por isso que nós temos a capacidade tão grande de sermos unidos sendo tão diferentes uns dos outros. A partir dessa ideia, pergunto: E você, camarada, brother ou parceiro, já reparou no jeito que você fala?

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