Estação Mussurunga, passe longe!

Whidianny Mayara de Freitas

De manhã, o celular toca às cinco, e pra levantar? Nossa, é uma preguiça, difícil hein?! Também, só de imaginar que tenho que pegar dois ônibus, é tenso, e ainda quando imagino o segundo então; Nossa, que treva! Não, é que você não entende, ele é aquele típico ônibus que em cada ponto entra dez e de cinco em cinco pontos desce um, e quando desce né?! Há aquele ônibus não é de Deus minha gente, malmente ele consegue abrir a porta traseira, isso quando ele para no ponto, né? Ótimo, porque o pior eu ainda não contei, depois de uns três ou quatro passarem direto, por falta real de abrir a porta de trás, finalmente eu consigo um que para no ponto e você consegue respirar antes de passar na catraca, por que depois dela é você por si e Deus por todos! E como nada de surpreendente acontece, ele como sempre está cheio, lotado, completamente entupido; e sem exageros viu?! Aí tem a parte terrorista, quando você se encontra lá dentro, é bem lá dentro, no meio do povo, que é um sufoco incrível, um aperto inacreditável, e ainda com aqueles velhos e tradicionais “cheirinhos” desagradáveis logo de manhã. Na boa, quem merece?

Seguindo viagem, você fica ali orando para que ele não pare mais em ponto nenhum até chegar o seu destino e que se for pra parar que seja pra descer, e olhe que ainda assim é frustrante, viu?! Você fica ali na torcida que siga direto, que os semáforos estejam a seu favor e permaneçam todos abertos, porque quando ele para, aí sim que ninguém respira, em movimento ainda rola um ventinho pela janela, e parado? É morte na certa!

Fora que ali roubam até a sua alma sem você perceber, como eu, que já roubaram celular, carteira, dinheiro, CPF, Salvador Card e até meu cartão de acesso a faculdade!

Por isso recomendo a vocês, quando virem um ônibus branco e verde da empresa Ondina, Estação Mussurunga, via Luís Eduardo, quem vem da Ribeira, fujam, corram, se benzam, e passem muito longe.