quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Brasil quatro, Bahia 509 anos de alegria

Leonardo Martins

Depois da Stock Car Brasil, a maior categoria do automobilismo nacional, ocorrida no dia 9 de agosto deste ano, a Bahia foi mais uma vez contemplada por uma competição de nível internacional: as Eliminatórias da Copa do Mundo de 2010, tendo o estádio de Pituaçu, em Salvador, como palco de uma partida bastante disputada, apresentando de um lado, uma seleção brasileira com desfalques importantes como Kaká, Lúcio, Luis Fabiano (suspensos) e Robinho (lesionado) e do outro lado, um Chile que misturava pouca técnica e muito, mais muito desejo de vitória, pois diferente da seleção canarinho, os chilenos ainda almejavam a tão sonhada classificação para aquela que é o Everest das competições futebolísticas: a Copa do Mundo da FIFA.

Iniciando o duelo com uma postura bastante ofensiva, a equipe chilena, carente de talento com a bola nos pés, não apresentou muito perigo à defesa brasileira, representada por Miranda, que ganhara a chance de brigar pela titularidade, já que Lúcio, o atual “dono” da vaga, não estava presente no elenco. Porém não foi só o zagueiro do São Paulo que teve a oportunidade de mostrar serviço com a amarelinha. Júlio Baptista, Luisão, Diego Tardelli, Daniel Alves, Sandro e Nilmar, também puderam “declamar” ao treinador Dunga, seus argumentos em busca de preencher as vagas restantes para a ida à África do Sul, país sede da próxima copa.

Aos poucos a seleção brasileira passou a impor um ritmo mais acelerado, com lances rápidos e categóricos, e, com um cruzamento maestral de Daniel Alves, que retornara à Bahia depois de muito tempo longe de sua terra natal, o Brasil chegou ao primeiro gol da partida. Nilmar, atacante que hoje defende também a camisa amarela do Villarreal, da Espanha, finalizou com o lado de fora do pé, abrindo o placar e sacudindo aquela torcida calorosa (mesmo em noite fria e chuvosa), que enchia o “Pituaço”, como o estádio de Pituaçu é carinhosamente apelidado pelos torcedores do Esporte Clube Bahia.

Não demorou muito para o Brasil, comandado por Daniel Alves, ampliar o placar. Após roubada de bola de Nilmar, o próprio Daniel toca para conclusão precisa de Júlio Baptista. Mais um que está praticamente confirmado na equipe de Dunga.

Para quem achava, que na altura dos acontecimentos, o Chile estava morto no jogo, rapidamente percebeu que estava totalmente equivocado. Já no fim dos quarenta e cinco minutos iniciais, Alexis Sánchez dribla André Santos e é derrubado na área por Felipe Melo. Resultado? Pênalti para os chilenos. O atacante Suazo bateu e fez, comprometendo a tranquilidade dos jogadores brasileiros. O juiz dá como encerrada a primeira etapa e as duas seleções vão para o vestiário, com o placar apontando, dois para o time da casa, um para a equipe visitante.

Sem nenhuma modificação, as duas seleções voltam a campo; o Brasil querendo a vitória para permanecer na liderança das eliminatórias e o Chile com esperança de uma possível reação. Reação essa, que ficou mais acessível após a expulsão de Felipe Melo. O volante brasileiro, entra de forma violenta no jogador chileno e ganha o cartão vermelho.

Com um jogador a mais, o Chile logo chega ao gol de empate. Após cruzamento da esquerda, Suazo ainda conta com falha da defesa brasileira pra fazer o segundo gol dele no jogo, consequentemente, o segundo da equipe chilena. Um verdadeiro choque para o público presente.

Reza a lenda de que quando um povo está em perigo, surge um herói, que com golpes de espada sempre vence seu adversário, salvando seu reino. Pois é, Nilmar, o herói brasileiro, não precisou de nenhuma espada, escudo, nem mesmo de um cavalo branco, para subir mais alto que o zagueiro e cabecear no canto do goleiro chileno. 3 X 2 Brasil.

O Chile também teve um jogador expulso. Sanchez, ele mesmo, que em linda jogada no primeiro tempo sofreu um pênalti convertido por Suazo. Foi para o “banho” mais cedo e não chegou a ver o habilidoso golpe de misericórdia marcado por Nilmar. Oportunista, o atacante que praticamente garantiu seu passaporte para a África em 2010, marcou o seu terceiro gol no jogo, o quarto gol da Seleção Brasileira, na terra do acarajé, dando a vitória à equipe verde e amarela, com o placar de 4 X 2.

Em noite de estreia do jovem Sandro, de reencontro de Daniel Alves com o povo baiano, de inspiração de Nilmar, de vitória da Seleção Brasileira, em noite mais do que especial para a valorização da cultura baiana.

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