quinta-feira, 12 de novembro de 2009

O sabor da maioridade

Camila Gonzalez

Acordei hoje diferente, parecia que a vida tinha um novo sabor. Acordei hoje com um sorriso bobo no rosto, o gosto da liberdade parecia que iria me inundar. Acordei hoje, com a família, abraços, beijos, presentes e assim mais um ano se completava; não posso dizer que fiz tudo aquilo que prometi, desejei ou almejei, mas que tentei e fui feliz.

Aquela tradicional música foi cantada à tarde na varanda de minha casa: “Parabéns para você, nesta data querida...” e com todos à minha volta pude confirmar, mais uma vez, que amo muito minha família e meus amigos. Uma nostalgia, uma saudade de tanta coisa, inclusive de minha infância tomou conta de mim, aquela falta de compromissos, de responsabilidade, das brincadeiras e de toda aquela inocência.

Juntei todas as sensações, sentimentos, lembranças e com uma vontade de chorar engoli aquilo tudo a seco, afinal era dia de festa e o “baixo-astral” não poderia tomar conta de mim. Recebi aqueles clones de mensagens pelo site de relacionamento. Incrível como todas elas eram praticamente iguais, mas fiquei feliz por, ao menos, terem lembrado de mim. Sem esquecer, é claro, daqueles parentes chatos e distantes que vão a sua casa só pra comer um bolinho e não levam nem uma lembrancinha, ainda surgem com aquelas frases pra te deixar sem graça na frente de todos os convidados: “Eu te vi pequena, estou mesmo ficando velha”, “Juízo e mais responsabilidade, menina” ou “E os namoradinhos??? Agora já pode ter”.

Enfim, à noite era o momento mais esperado do dia, fui me arrumar para sair e comemorar com as minhas amigas, pois aquela iria ser uma comemoração de verdade. Um programa bem feminino: rimos, dançamos tudo isso regado com muita tequila e fofoca (sem medo de ser feliz!), abraços em conhecidos e desconhecidos também e assim a noite foi terminando.

A outra noite chegou e mais outra e mais outra, e com toda aquela empolgação de alguns dias atrás havia se esvaído. Percebi que quase nada havia mudado, eu continuava a mesma menina e agora um pouco mais mulher, com as mesmas perspectivas, sonhos, desejos e responsabilidades. A mesma. Alegre, pirracenta e sonhadora de antes, com uma vontade imensa de curtir a vida só que com uma pequena diferença, ser muito mais prudente, pois agora eu já posso ser presa.

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