sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Barata terrorista

Laís Amorim
É madrugada, e me bate uma vontade de levantar e ir até a cozinha. Seria comum, normal e aceitável, se eu não tivesse que cruzar com uma barata! Eca... odeio baratas, tenho medo, nojo, não posso nem ver.

Por que existe um bicho tão asqueroso como esse no mundo?! Bicho nojento, sem função no ambiente - pelo menos pra mim -, sujo, esquisito anatomicamente e ainda por cima se procria rápido. Pra piorar existem vários tipos, em termos de coisas ruins deveria ser proibido existir tantos tipo, porque pra mim não importando o tamanho, sendo barata, dou "piti" fácil, fácil.

Então, fui eu andando pra cozinha e me deparei com a dita cuja. Como que em uma relação de respeito - mesmo ela não me respeitando - esperei o serzinho sair do caminho pra que eu pudesse passar, mas ela não cooperava. Rodava de um lado a outro, corria e se escondia, mas não confiava, afinal esses bichos não são de confiança. Até que ela saiu do caminho, e então achei que fosse pra outra rota, mas não ela não cooperava.

Então comecei a perceber que ela tava me perseguindo, isso aí. Ela vinha correndo em minha direção, achei muito desaforo, eu desse tamanho com medo daquilo, mas logo voltei a realidade e a recuar dela. Batia o pé na tentativa de intimidá-la e ela recuar, ela até recuava, tipo uns dois passos pra trás e corria dez pra frente. Enquanto eu me escondia da barata, ficava pensando o porque daquela criatura estar correndo na minha direção, lembrei daquela coisa que dizem que os cachorros sentem quando alguém tem medo deles. Será que também libero algum cheiro indicando que tenho medo dela?! Acho que vale uma pesquisa no Google...

O pânico começou a se apossar de mim quando percebi que ela ja tava cada vez mais proxima do meu quarto. Aí também não! Já é demais isso! Quando vi que a coisa tava feia mesmo, o bicho pegando quase que literalmente, resolvi apelar mesmo que as duas da manhã aos meus pais. Tentei sussurrar por meu pai, mas sem sucesso, ainda por cima a criatura corria, tinha pressa em me atacar, já em desespero batia na porta, esqueci os sussuros e já gritava, o desespero estava presente em mim, foi aí quando me atenderam, e quando disso o que era pareciam desacreditados da situação que os fiz acordar naquela hora. A barata então, deu seu passo ligeiro e foi o meu pedido de misericórdia. Com a voz já embargada, pedia pra que por favor fizessem algo. Entrei correndo no quarto, fechei a porta e fiquei esperando pelo fim da maldita. Quando finalmente achei que o pesadelo tinha acabado, apenas me responderam que não tinha barata nenhuma lá e que tinha ido embora. Claro, né?! Ela se aproveitou da minha frágil pessoa pra tirar sarro, e quando viu meu pai, se mandou, deve ter ficado rindo da minha cara. Pode deixar que um dia ainda vou te ver debatendo no chão e também rir de você, ser insuportável!

Ainda amedrontada e deixada sozinha corri pra olhar todos os cantos do meu quarto, acho que por aqui ela não se refugiou.Me joquei na cama e não deixei nem um fiozinho de cabelo pra fora do cobertor. Será que dá pra clarear logo o dia?! Ai, como amo o Sol...

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