sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Fofoca de cada dia!

Thyara Braga de Araújo
Mais uma página do Orkut se atualiza e logo podemos saber das principais fofocas que estão rolando: fulana ficou solteira, a balofa da Ana colocou fotos de biquíni, o cara mais galinha da face da Terra tá namorando e a menina mais feia do colégio pegou um cara supeeer gaaato.

Mas porque viver tanto em função de uma simples telinha de computador, ou melhor, viver em função de uma página de relacionamentos?

Pior de tudo é quando aparece no “perfil” de alguém frases do tipo: “porque você me deixou assim tão só?” Isso me agonia, me revolta!

Acho que as pessoas perderam a noção do que fazem ou o que dizem.

Se meu namorado terminou comigo, eu não preciso sair espalhando pro mundo todo que estou triste. Afinal, o que sinto ou deixo de sentir não vai ser amenizado e nem aumentado só porque divulguei na rede.

O Orkut deixou de ter a função de aproximar pessoas que estão distantes, se é que com toda globalização podemos encontrar grandes distância entre os seres, e passou a ser o “mostruário” de cada pessoa, já que nele você pode saber características das pessoas desde sua religião até o que você pode encontrar dentro do quarto delas!

Paro pra refletir e vejo como nós nos tornamos tão dependentes dessa rede de relacionamentos. Um dia sem entrar no Orkut, parece um dia chato, perdido.

Até as fotos tiradas de momentos marcantes (ou não), são sempre sinônimos de fotos postadas.

Os próprios banheiros públicos, isso mesmo, B-A-N-H-E-I-R-O-S, viraram cenários de fotografias!

Quantas vezes nos deparamos com um grupinho de meninas fazendo altas poses com direito a biquinhos e se olhando nos espelhos dos banheiros para registrar aquilo?! Aff... acho que realmente perderam a noção do belo!

Será que não conseguimos mais guardar nossos momentos e emoções para si próprios?

Sem pensar no que se passa por trás de tudo isso, de toda essa exposição desenfreada, podemos estar colocando nossas vidas como uma livro aberto para que outras pessoas, até mesmo que mal conhecemos, possam mergulhar nele.

Seria muito melhor se cada pessoa soubesse desfrutar de maneira mais adequada do Orkut e não utilizar-se dessa ferramenta como algo indispensável à vida ou fazer dele a “fofoca de cada dia”.

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