quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Estádio? Não tão cedo!

Leonardo Martins

É difícil entender algumas coisas nessa vida, viu seu Zé? Estava indo assistir o jogo do meu Bahia quarta passada no “PituAÇO”. Era só empatar para obter a classificação na Copa do Brasil.

Já tinha comprado o ingresso e tudo. Estava confiante, numa euforia só, não vou mentir, já estava ouvindo até os gritos de “é campeão!!!”, mesmo ainda disputando o segundo jogo das oitavas de final.

O time estava bom esse ano, não estava lá uma seleção brasileira da vida, mas dava para pelo menos passar às quartas, digo melhor, para a semi, e porque não ser campeão?

Estava de fato convencido, dava para ganhar. Até o “bendito” do Ávine tinha resolvido jogar bola. Ô moleque ruim, viu? Só Arthurzinho mesmo para escalar aquele cidadão como titular.

Calma, seu Zé! O senhor vai me entender. Minha revolta não é pelo fato do Bahia tomar cinco a zero do Icasa jogando em casa, não. Antes fosse isso.

Tudo começou quando peguei o “buzão”, simplesmente lotado!! E o motorista, “genial”, parava em todos os pontos de ônibus possíveis.

Para o senhor ter uma ideia, já estava tão apertado, que estávamos contrariando até as leis da física, uns cinco corpos  ocupando o mesmo espaço. Que loucura! Não gosto nem de lembrar. Calor virado no capeta, mas até ai passava.

O drama começou de fato quando o ônibus freou bruscamente. Vibrei! Pensei que finalmente tinha  chegado. Que nada, era um baita engarrafamento, fileiras enormes de carros totalmente parados, alguns já até desligados, sendo que o jogo já havia começado.

Não estava muito longe do estádio, e logo resolvi descer e ir andando.

No meio do trajeto, com o estado de “nervos à flor da pele”, fui abordado por dez brutamontes, quero dizer, cinco... tá, tudo bem, apenas um rapaz franzino com uma faca nas mãos, que levou todos os acessórios de valor usados por mim naquela noite, inclusive, o tão precioso ingresso do jogo. Surtei! O ladrão também era Bahia! Ai já viu, né? Deixei a emoção falar mais alto que a razão, apesar de estar com toda razão para sair chutando tudo que estava à minha frente. Toda essa estripolia em vão. O tempo não iria voltar, meu dinheiro e ingresso não seriam devolvidos, muito menos o tricolor de aço, que estava mais para tricolor de lata, se classificaria, pois a essa hora já era vítima de um chocolate dos bem amargos, no valor de cinco a zero, faltando cerca de três minutos para o final da partida.

Com tudo isso, parei e pensei, da próxima vez é TV a cabo na cabeça.

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