sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Iemanjá, devolva minha sandália!!!!

Thyara Braga de Araújo
Terça-feira é sinal de dia comum para a maioria das pessoas que têm aula na faculdade ou vão trabalhar. Mas não é o meu caso. Eu não tenho aula nesse dia!

Então, eu e minhas amigas da faculdade (Camila, Thais e Taísa) resolvemos aproveitar essa folga pra tomar um bom banho de mar na praia do Flamengo. Longe pra caramba!

Ainda assim, sem ter aula, tive que acordar cedo pra encontrá-las na Estação Mussurunga. Depois de todas chegarem ao local, pegamos o ônibus com destino à praia. Mas de repente, já quase perto de descermos, o ônibus me inventa de parar.

Fica uma olhando pra cara da outra querendo saber o que tinha acontecido.

Thais, como sempre a mais cara de pau, vira para o motorista:

- O ônibus quebrou, foi, moço?

E ele, confuso, responde:

- Também tô tentando descobrir.

O ônibus volta a andar e mais a frente, para.

Decidimos descer logo e continuar nosso caminho à pé. Depois de uma dura paletada, avistamos o mar.

O sol parecia ainda tímido, enquanto ficávamos feitos nômades até pararmos na Barraca da Sereia, que era a única cheia de gente. Cheia de gente, não! Porque dia de terça só se ver na praia aqueles “gatos pingados” que são tachados de desocupados.

Deitamos nas espreguiçadeiras pra tomar o sol que começara a dar sinais de existência. Finalmente naquele momento, achávamos que poderíamos relaxar em paz após uma longa caminhada.

O que mais poderia acontecer? Nada! (era o que pensávamos!).

Parecia que até Iemanjá tinha resolvido ficar contra nós e mandou uma onda tão forte, capaz de chegar onde estávamos deitadas.

Vasilha de batata frita, copo de refrigerante, óculos de sol e sandálias (muitas sandálias) “nadando” era a cena que se via.

Quando pensei que teria que voltar pra casa descalça, me joguei com tudo e consegui segurar 3 pés de sandálias pretas. Naquele meio, ainda teria alguma probabilidade de dois pés serem meus.

Pra completar o azar do dia, eu havia segurado os dois pés da sandália de Taísa e apenas um pé era meu!

O desespero tomou conta de mim, mas, não havia mais o que fazer, pois Iemanjá já tinha roubado meu outro pé de sandália.

O jeito foi tentar curtir a praia, se é que ainda seria possível, e deixar a preocupação para mais tarde.

Depois de tanta conversa e de tanto comermos, resolvemos ir embora. Mas como é que iria sair de lá?

Naquele momento, avistei de longe um vendedor de cangas. As sandálias que ele usava (deviam ser tamanho 44) podiam solucionar meu problema!

Esperei ele se aproximar e perguntei, olhando para aquelas sandálias que mais pareciam lanchas:

- Por quanto você me vende, moço?

Ele me olhava normalmente, sem perceber que eu não estava interessada nos preços das cangas:

- A canga custa só R$ 35,00, menina. Você quer qual?

Tive que explicar todo minha situação pra ele. Sendo tão compreensivo, o moço me vendeu suas “lanchas” por R$ 25,00.

Só assim, saímos da praia e fomos pegar o ônibus de volta pra casa.

Dentro do ônibus todos olhavam diferente e riam de mim.

Mas a uma altura daquelas eu preferia fingir que nada acontecia. Como se não bastasse, não é que dentro daquele ônibus estava o menino mais gato da facul que vivia dando mole pra mim! Acho que depois disso ele desencantou de vez e eu perdi todas as esperanças que tinham de ter alguma coisa com ele.

Finalmente chego a minha casa e vejo que o pesadelo do meu dia tinha acabado!

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