sexta-feira, 13 de novembro de 2009

O que eu vou ser quando crescer?

Érica Torres
Decidir o futuro é uma tarefa difícil. Eu lembro que quando novinha, aos 7, 8 anos achava que demoraria muito pra chegar aos 18, idade, na época, da minha irmã mais velha. Mas, ao contrário do que imaginava o tempo voou e hoje estou aqui com os meus 18 anos, prestes a fazer o vestibular e traçar o meu futuro.

Estou confusa, não sei o que escolher como profissão, me acho muito imatura e despreparada para pensar em algo que vou levar para minha vida toda. Tenho muitas dúvidas. Eu penso que há algum tempo atrás, quando meus pais prestavam vestibular, essa decisão era mais fácil, afinal, você só precisava escolher entre três profissões: Direito, Engenharia e Medicina.

Mas hoje, a situação é bem diferente. Só em Engenharia temos um leque de possibilidades, seja Engenharia Civil, Engenharia Ambiental, Engenharia de Produção, até mesmo Engenharia de Petróleo, entre outras tantas. Já na área de Comunicação, existe Publicidade, Jornalismo, Marketing, Design, Rádio e TV ou simplesmente Comunicação Social. Até Medicina agora já existe a Biomedicina. Por isso, procuro não me culpar por escolher algo que um dia vá desistir, ou perceber que não é aquilo que quero. Mas é difícil não me culpar, afinal, meus pais estarão bancando a minha universidade, um preço alto, muito alto. Em qualquer universidade particular hoje em dia, a mensalidade não sai por menos de seiscentos reais. Então, seria literalmente jogar o dinheiro fora. Sincera e honestamente, eu não quero fazer isso.

E agora? O que eu faço? Me sinto na obrigação de passar em uma universidade federal, afinal, estudei a vida inteira em uma das melhores escolas particulares de Salvador, e este seria o mínimo que poderia fazer como forma de retribuição aos meus pais. Mas, cada dia que passa os vestibulares das universidades federais se tornam mais difíceis e concorridos além do sistema de cotas, prefiro nem falar sobre ele, pois, este assunto sempre gera uma série de discussões onde ninguém chega a lugar algum. E, pra falar a verdade, até a própria universidade em si, sua estrutura, professores e aulas são piamente criticadas pelos próprios alunos. Posso falar isso com toda a certeza porque tenho amigos e parentes que cursam a federal.

Eu gosto da área de Humanas, sempre me destaquei em História e Geografia, gosto de ler e escrever, mas não tenho muito costume. Quando me deparo com as opções, fico entre direito, Jornalismo e Administração. Eu escolhi prestar vestibular para Jornalismo, não foi fácil chegar a essa decisão, pois a quantidade de pessoas que vieram me falar que eu não serei nada, que essa profissão não dá dinheiro, não é reconhecida, principalmente após a decisão final de não obrigatoriedade do diploma me deixaram muito abalada. Graças a Deus eu conto com o apoio dos meus pais e familiares, meus verdadeiros alicerces.

Enfim, hoje, me encontro em um estado de insegurança, mas, quem sabe ela se dissipe ao longo da vida. Eu só quero poder dizer um dia: amo o que faço!

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